No dia 19 de Janeiro, aconteceu no salão nobre da Câmara Municipal de Ribeirão Preto, a fundação do MICA (Movimento Independente da Comunidade Acadêmica) municipal.
E já era tempo de acontecer algo assim, pois a evidente desorganizacão estudantil aqui em Ribeirão Preto roubou dos estudantes a capacidade de realizacão política, dando lugar a realizações pessoais mesquinhas e, mesmo quando se trata de eventos com muitas pessoas, extremamente individualistas.
A organização é o diferencial entre as sociedades. A sociedade organizada tem mais êxito em discutir e pôr em prática as suas melhores idéias.
Quando estávamos idelizando o curso de formação política, nos perguntávamos por onde começar. Isso, porque não tínhamos a menor idéia do nível de politização, ou melhor, de consciência política dos estudantes. Naquela ocasião, alguém disse que estava decepcionado com o nível dos debates. Mas como aprofundar se os estudantes, ainda que tenham algum conhecimento teórico, não tenham estruturas onde possam integrar-se à política... nem sequer dentro de sua própria universidade que é (ou deveria ser) celeiro de reflexões, idéias, transformações e sonhos?
Essa falta de integração e vivência política, nos faz acreditar no mal que não vemos. Acreditamos, por exemplo, na corrupção. Repetimos por aí que se falta postos de saúde, é por causa da corrupção. Se faltam escolas, creches e transporte, é por causa da corrupção. Mas, nós vemos a corrupção? Ou vemos apenas o resultado fétido que ela provoca? Vemos apenas a ponta do Iceberg, que é noticiado em jornais e TV’s. Como podemos combater algo que não vemos, não conhecemos? Acreditar no mal que não vemos ao invés de fazer o bem em que acreditamos. E como fazer esse bem? É preciso integrar-se para poder combater a corrupção em seu bairro, no grêmio de sua escola, nos diretórios acadêmicos de sua faculdade. Esse é o primeiro passo.
Movimentos como o MICA proporcionam esse caminho. Estimulam e dão condições aos estudantes de se tornarem cidadãos atuantes na política em sua comunidade, em sua universidade.
Já dizia Geraldo Vandré:
“Vem, vamos embora que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”
O que temos feito? Nos orgulhamos com o resultado parcial de uma luta, mas desistimos de continuar lutando? Os estudantes esqueceram seus ideais?
Não perca a oportunidade de começar, porque amanhã, o começo poderá ser muito mais difícil.