sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Violência

Quero reservar essas linhas para falar da violência em nossas cidades. Separo como exemplo um crime de roubo de automóvel que aconteceu no Rio de Janeiro, onde um menino de 6 anos morreu por ocasião de ter sido arrastado por mais de 6 kilômetros preso ao cinto de segurança do automóvel.
O Crime comoveu o Rio de Janeiro e trouxe à tona as mais variadas emoções contra os assaltantes, revoltas contra a violência, etc. Mas... Quantos roubos existem em nossa cidade? Não estou tirando o foco da gravidade desse crime, mas quero dizer que qualquer tipo de violência, assim que se inicia, perde-se o controle.
Enquanto nós ficarmos sempre preocupados com os 'crimes hediondos', e lamentarmos dizendo que os bandidos são irrecuperáveis, são monstros e atuarmos como estátuas falantes revoltadas, absolutamente nada vai mudar. Todo crime hediondo começa com um pequeno roubo, com uma bebida em excesso, com um cigarro de maconha, com uma pedra de crack, com uma pessoa mal preparada para viver em sociedade.
A violência não é exclusividade dos dias atuais, e está impregnada na sociedade brasileira desde a colônia, passando pelo império, pela escravidão, pela ditadura. Além de nos preocuparmos com os crimes hediondos que chocam o país, deveríamos nos preocupar com os vários pequenos atos de violência e tentar entender o porquê eles acontecem. Deveria ser nossa preocupação entender o que leva aos jovens e até às crianças consumirem drogas, ou o que falta para que eles possam ter uma alternativa, uma perspectiva.
Sem essa preocupação verdadeira e a ação efetiva, sempre vamos viver chocados com os resultados da nossa própria falta de força de vontade de pensar e agir para alcançarmos uma país melhor.